quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O NATAL E A FAMILIA DE JESUS

O Natal a festa grande da Igreja Católica culmina com a reflexão do Advento e motiva toda a gente crentes e não crentes a um espírito colectivo de fraternidade. Assim, se mobilizam várias organizações de bem fazer no sentido de angariarem bens para serem distribuídos por todos aqueles que sofrem das mais elementares carências necessitando da ajuda permanente da sociedade. O Natal denominado como "Festa da Família", é afinal um bom motivo para chamar a atenção de todos nós para um dos maiores flagelos da humanidade - A FOME. Porém, para a Igreja Católica tem, antes de mais, aquele maravilhoso significado do nascimento de Jesus Cristo que vem trazer à Humanidade a libertação do homem, tornando-o filho de Deus. Tendo em atenção toda a simbologia do Natal, desde pequeno me interessou bastante o significado do presépio que representa o momento do nascimento de Jesus. Tanto assim que ainda hoje, dado o carinho e ternura que tal momento representa no meu espírito, não passo um Natal sem montar o presépio, aproveitando para explicar aos meus netos o que ele representa e o maravilhoso significado que tem.

É, efectivamente, muito difícil transferir para o campo material da vida, o sentimento que toda a gente tem relativamente a esta família que constitui o núcleo principal do presépio. Porém, creio que poderá ser deveras interessante ou até mesmo inovador falarmos claramente e sem receio de ferir susceptibilidades às pessoas profundamente religiosas que pretendem apenas limitar-se ao pensamento divino desta questão.
Assim, gostaria de imaginar o que teria sido o ambiente familiar que se gerou entre Maria e José. Sabemos o que as mulheres, normalmente sofrem com os maridos. Ora, Maria ao ter sido informada pelo anjo Gabriel que ia ser mãe - "Irás gerar um filho que se chamará Jesus e que vem salvar a Humanidade", Maria, que era uma jovem com dezasseis anos, inexperiente, virgem, embora casada com José, devia ter ficado horrorizada ao ter conhecimento de semelhante notícia, mesmo sendo dada por um anjo enviado por Deus. Todos sabemos que nem agora, nem naquele tempo, os anjos não apareciam, por dá cá aquela palha. Logo, Maria devia ter questionado o anjo, sobre tão insólita situação, pois para além de ser virgem, nem sequer saberia quem seria o pai biológico da criança. A verdade é que o anjo Gabriel lhe dissera que vinha de mando de Deus que está nos céus o que seria suficiente para ela se sentir segura da missão que acabara de lhe ser incumbida. Embora Maria tivesse ficado convencida e aceite de imediato tão determinante posição, o certo é que, logo que chegasse a casa, teria de contar e explicar tudo a José. Bom homem, um pouco rude concerteza, e, provavelmente, pouco culto, o que iria dificultar, de que maneira, a missão quase impossível de Maria. A verdade é que José aparece presente no presépio, como uma das figuras principais, assumindo aí, por completo a sua posição de pai adoptivo. Não sabemos se Maria, para convencer o marido de tudo que se estava a passar, teria tido a ajuda, que seria preciosa, do anjo Gabriel. Provavelmente, sim, o anjo teria tido uma nova aparição e explicado muito bem ao S. José o que se estava a passar. Soube-se, posteriormente, que S. José apenas questionou o facto de, por ser pai adoptivo, não corresse o risco, mais tarde, de se ver privado do filho. Afinal, ia-se dedicar inteiramente à criança e depois como seria se alguém o viesse reclamar? - Claro que, naquele tempo a justiça funcionava muito melhor do que agora. Como toda a gente sabe no tempo que atravessamos, os tribunais demoram anos a decidir a sorte duma criança ou se determinado indivíduo é culpado ou inocente, principalmente, quando se trata de julgamentos como os da Casa Pia ou de ex-presidentes de centrais sindicais ou ainda de outras pessoas importantes.Naquele tempo, em poucos minutos, um qualquer bandalho como Herodes ou Pilatos, mandavam para a cruz um desgraçado, importante ou não. Podia ser inocente mas a verdade é que a decisão da justiça era duma rapidez fantástica.Em face de tão inequívocas garantias, S. José ficou sossegado relativamente à questão de não ser espoliado do filho adoptivo e que ia amar até morrer.
Toda a gente diz que Jesus nasceu na maior pobreza, sem eira nem beira, num curral, tendo necessidade do bafo dos animais para se aquecer. Bom, se pensarmos com alguma lucidez, temos de ver que Jesus teve logo visitas muito importantes que lhe trouxeram prendas bem valiosas. Os três Reis do Oriente não se inibiram de trazer para Jesus, incenso, mirra e ouro. Provavelmente, se Jesus tivesse grandes necessidades os mesmos Reis não iriam recusar uma ajuda no sentido exacto das necessidades desta maravilhosa família. É certo que, conforme foi crescendo, esta Família nunca mostrou sinais exteriores de riqueza. Será que o ouro oferecido por aquele rei do Oriente, foi guardado até aos nossos dias e é o mesmo que papas, bispos e quejandos utilizam nas suas roupas, anéis e outros adereços?

3 comentários:

vareira disse...

Acho que deves continuar...é assim que te conheço...sabedor com humor.

Maria Miguel D. disse...

Maria só tinha 16 anos? E estando já casada ainda era virgem? Faz-me cá uma confusao....ainda bem que há a Catequese para os mais pequenos. O Lourenco já sabe o que pode esperar de mim: ignorancia que leva à descrenca, se é esta a ordem.

Muitos beijinhos perfumados com àgua de Colónia,

miguel

Fernando Gomes disse...

Maria tinha, efectivamente 16 anos, e era virgem antes e depois do parto. Esta afirmação baseia-se no facto de há dois mil anos uma multidão de gente dizer e manter tal opinião. Assim, por usocapião aceita-se que Maria seja virgem e como "a voz do povo é a voz de Deus", quem tem coragem para fazer uma contestação que possa vir a prevalecer no futuro?

Um beijinho perfumado com a maresia de Espinho.